Conheci-os nos Estados Unidos, na Itália, na Argentina, em Portugal e no Brasil; jovens casais separados, não porque não se amavam, mas porque não conseguiram mais conviver; não era ódio, mas deixara de ser o amor que os levou a se casarem.
Era mais desamor do que ódio. Lembro-me das conversas, Tinham tudo para dar certo e, entretanto, alguma coisa, não lhes permitia mais viver sob o mesmo teto. E não era nem briga, nem ódio, nem agressão. Um dos dois se desencantara com a vida conjugal; em alguns casos, os dois.
Uma coisa era o antes do casamento e outra se revelou o durante. Não era o que esperavam. Aptos para o namoro, inaptos para a vida a dois; duas pessoas de valor não conseguiram entrosar-se, não engrenou e não era só questão de sexo. Em alguns casos continuaram amigos, mas a atração física acabara; estavam juntos, mas não se sentiam mais um casal; acabara o desejo.
Há que haver para eles uma pastoral, porque ali a relação eu e tu, que deveria resultar num sereno nós, não se viabilizou. Nem toda semente germina. Foi o caso deles. A Igreja tem pensado nesses casos. Eram uniões que não conseguiram tornarem-se sacramentais. Ainda há o respeito, mas não há mais o desejo. Se voltará, ninguém sabe, nem eles sabem. Existem amizades que se tornam amor conjugal; existem amores conjugais que se tornam amizade. Isso e apenas isso, foi o caso deles! A Igreja deve olhar e tem olhado para estes casos. São de difícil solução, mas uma coisa é positiva: não se amam como antes, mas não se odeiam e jamais serão cruéis um para com o outro. Merecem consideração.