15 de dez. de 2011

O COMUM E O INUSITADO

Na mídia o fato inusitado sobrepuja o fato incomum. O comum é citado, mas não ganha destaque. Manchetes ficam para o incomum.
É verdade que milhares, milhões, talvez, levados pela raiva ou pela discordância batem, caluniam, matam, tentam anular o outro. Se os jornais noticiassem tudo, veríamos o quanto o ser humano continua primitivo e posando de pequeno deus. Mas também é verdade que se os jornais noticiassem tudo que é bom os leitores reagiriam com mais otimismo. É que no mundo há mais gente boa do que má e muito mais bondade do que crimes.
Acontece que bondade dá menos manchetes de jornal. Então, o cidadão acorda lendo mais o negativo do que o positivo. Se por descuido de alguém, num hospital uma adolescente morre a notícia é repetida 40 vezes. Não se fica sabendo dos acertos e das outras 120 adolescentes que naquele ano foram salvas da morte iminente por acerto dos médicos. Nunca vimos uma manchete garrafal estampada em cinco jornais da mesma metrópole a dizer que o hospital acertou no remédio e uma adolescente desconhecida escapou da morte. Mas se a enfermeira errar no medicamento todos noticiarão.
Leiamos as manchetes que retratam o negativo, sabendo que aconteceram milhares de outros fatos positivos no mesmo dia e na mesma cidade, pelos quais o povo deve sentir-se otimista. Convém saber do mal que nos ameaça, mas convém também lembrar-nos do bem que nos cerca! Saia da igreja na qual o pregador fala mais de demônios do que de anjos e de santos! Ao nunca mencionar os santos que Jesus formou e inspirou e, dia após dia expulsar mais alguns demônios, o pregador optou por acentuar o negativo da vida. No fundo é para lembrar que naquele templo e naquela igreja os problemas são resolvidos. Louvaremos a Deus porque resolve problemas na nossa Igreja e não o louvaremos pelos santos que ele nos deu através dos tempos, quando nossa igreja nem sequer existia?
Louvaremos a Deus só quando e porque ele faz coisas incomuns, ou louvaremos o bom Deus porque ele existe, ama e é digno de louvor, ainda que não tenha feito nenhum milagre visível aos nossos olhos? Amamos a Deus apenas porque ele é incomum e inusitado?
Pe Zezinho scj