Sabemos algumas coisas sobre Deus, mas diz Santo Tomás de Aquino e também o Catecismo Católico que há muito mais o que não sabemos do que o que sabemos sobre ele. E diz a mesma Bíblia que os pensamentos do homem não são os pensamentos de Deus.
Há muita coisa que Deus faz e que nós não sabemos, nem nunca saberemos porque faz. E há muita coisa que Deus não faz e que nós atribuímos a ele por ignorância. Por isso é lícito imaginar que uma pessoa de coração bondoso, que não conhece a verdade sobre Deus e que nunca teve acesso à revelação feita por Jesus, assim mesmo seja atendida em sua prece. Talvez ore do jeito certo a um conceito errado de Deus, ou talvez de um jeito errado a um conceito errado de Deus, mas é pessoa sincera e boa. A pessoa pode estar falando errado e do jeito errado, com o Deus errado, mas o Deus certo a ouve e sabe que é a ele que esta pessoa o está procurando. Na sua misericórdia de pai Deus já fez muitas coisas por pessoas que nem sequer sabiam quem ele era. Jesus mesmo curou um paralítico em Betesma, sem que o paralítico pedisse e curou um cego que não sabia quem ele era. Deus não exige que saibamos quem ele é para nos amar e nos atender. Se fosse assim, os teólogos seriam atendidos com mais intensidade e mais depressa porque, supostamente, sabem mais sobre Deus do que um cidadão que nunca estudou.
Aquele que conhece os corações sabe a sinceridade de quem o está procurando ou pensa estar falando com ele. O fato de eu ser católico não vai tornar a minha oração melhor do que a de um evangélico e nem a de um evangélico melhor do que a minha. Uma pessoa pode estar teologicamente certa e espiritualmente errada.
Uma alma que é generosa e caridosa e faz tudo de coração sincero, pode estar teologicamente errada e espiritualmente certa.
O assunto é delicado, mas serve para mostrar o que Jesus dizia, que nem todo aquele que diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus. Mas o que faz a vontade do Pai dos Céus. E é nesse sentido que Jesus disse também, que muitos que expulsaram demônios, tentaram operar milagres em nome dele, não seriam aceitos por ele. Não basta ser religioso e saber teologia para entrar nos céus. É preciso ser bom. A melhor religião, melhor conhecimento e a melhor caridade deste mundo serão maravilhosos, mas se não pudermos, que ao menos a nossa caridade seja o melhor que pudermos viver. Alguns teólogos não assinariam embaixo disso que acabo de escrever. Muitos assinariam. Você assinaria?
Pe Zezinho scj