A Faculdade Dehoniana, onde lecionei por trinta anos e onde ainda leciono, fica numa vila cortada por três avenidas. Para acentuar o tema que abordava, perguntei aos alunos do terceiro ano quem sabia o nome da avenida seguinte à do nosso instituto, já que praticamente todos eles passavam por lá ao menos uma vez por semana. Apenas 10% da classe conhecia o nome. E, pasmem vocês, tinha nome de um padre precursor da faculdade!
O tema da aula era pistis, fé que nasce da atenção. Se eu não prestar atenção perderei o conhecimento de detalhes que podem ser essenciais para o meu desempenho. Quem não presta atenção no carro e nos sinais corre maior risco de acidentes. Há detalhes que, embora sejam detalhes, são fundamentais. Conjugar freio e embreagem pode ser detalhe, mas é fundamental. Pode afetar a viagem...
Lembrei que, em geral, prestamos atenção ao que nos interessa. Se não nos interessa, passamos pelo fato, mas não lhe damos importância. Se precisássemos daquela rua, saberíamos que se chama Rua Padre Fisher.
A fé passa pelo mesmo processo. Que um fiel saiba o essencial para ele, entende-se. Ele não assumiu o ministério de informar e ensinar. Mas o pregador da fé, o catequista, quem empunha microfone, sobe a estrados, caixotes ou púlpitos para anunciar que Jesus é Deus, tem que prestar mais atenção do que os outros fiéis.
O carteiro, por ser carteiro, tem que saber os nomes das ruas e onde elas estão no mapa. O pregador, por ser pregador, tem que saber mais catequese do que os outros fiéis. Se errar, terá mais culpa do que os outros.
Prestar atenção ao que a Igreja ensina sobre Cristo... É o mínimo que se espera de quem deseja anunciá-lo. Como há pregadores da fé, cantores e animadores de comunidades anunciando Jesus, seria bom que todos tivessem lido ao menos três livros de estudo sobre ele. Só livros de testemunho não bastam... Aí entra o estudo da fé. Jesus é para ser amado, mas também deve ser estudado!
Pe Zezinho scj
